➤ENIAC: a incrível história do primeiro computador do mundo
O ENIAC foi o primeiro computador do mundo? Descubra a verdadeira história, curiosidades inéditas, o papel das mulheres esquecidas e por que essa máquina de 30 toneladas mudou para sempre a tecnologia.
7/13/202529 min read


ENIAC: A História do Primeiro Computador Eletrônico do Mundo
Autor: Aldemir Pedro de Melo
Especialista em SEO técnico e conteúdo editorial
Publicado em: 1º de julho de 2025 – 10h00
Quando a Computação Nasceu em uma Sala do Tamanho de um Ginásio
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) entrou no mundo não com um beep, mas com o zumbido de 17.468 válvulas incandescentes, o cheiro de fios superaquecidos e o peso de 30 toneladas de pura ambição humana. Em 1946, esse colosso eletrônico — do tamanho de um ginásio escolar — era capaz de resolver em minutos o que levaria semanas a equipes de matemáticos humanos.
Mas ele foi mesmo o primeiro computador do mundo? E como algo sem teclado, sem tela e sem sistema operacional conseguiu mudar o rumo da ciência, da guerra e da sociedade para sempre?
Neste artigo, você vai descobrir:
A verdadeira origem do ENIAC e por que ele não foi tão “primeiro” assim (mas ainda assim revolucionário);
Como se programava uma máquina gigantesca sem software;
O papel essencial — e esquecido — de seis mulheres pioneiras;
Por que ele foi desligado em 1955 e o que isso revela sobre a velocidade da inovação;
E como esse “monstro de válvulas” se tornou o avô de todos os dispositivos que carregamos hoje.
Pronto para viajar até a sala onde o futuro foi ligado pela primeira vez?
ENIAC: O que é e como funciona o sistema operacional
O ENIAC foi, de fato, o primeiro computador eletrônico de uso geral do mundo — mas com uma ressalva crítica: ele não tinha sistema operacional. Zero. Nada.
Desenvolvido por John W. Mauchly e J. Presper Eckert na Universidade da Pensilvânia, o ENIAC foi concluído em 1945 e apresentado ao público em fevereiro de 1946. Pesava 27 a 30 toneladas, ocupava 167 m² (quase dois apartamentos!) e continha:
17.468 válvulas eletrônicas
7.200 diodos
70.000 resistores
10.000 capacitores
1.500 relés
6.000 interruptores manuais
Tudo isso para rodar 5.000 operações por segundo — uma velocidade absurda para a época.
Mas aqui está o detalhe que poucos contam: não havia memória programável. Cada novo cálculo exigia reconfigurar fisicamente a máquina, ligando cabos coloridos em painéis e ajustando centenas de chaves manuais. Um único programa podia levar dias para ser montado. Era como reescrever o DNA de um robô a cada nova tarefa.
E não, não havia Windows, Linux ou interface gráfica. O “sistema operacional” era... humano.
Sistema Operacional
O ENIAC não tinha sistema operacional no sentido moderno. Tudo era feito manualmente:
Os operadores tinham que reconfigurar os circuitos físicos para cada novo tipo de cálculo.
Não existia conceito de multitarefa, gerenciamento de memória ou drivers.
A “interface” era um painel com 200 painéis de controle, 6.000 chaves e uma teia de fios coloridos que lembrava um quadro do artista Kandinsky — só que com risco de choque elétrico.
Um erro em um único cabo podia inutilizar todo o cálculo.
Em resumo: o ENIAC era um computador de propósito geral, mas totalmente analógico em sua programação. Sua genialidade estava em provar que a eletrônica podia substituir a engrenagem — e abrir caminho para a ideia de programa armazenado, que viria com o EDVAC em 1949.
ENIAC: O Primeiro Computador Eletrônico da História e Suas Características
Imagine um computador que esquentava tanto que derretia válvulas a cada poucas horas — e que, mesmo assim, era considerado um milagre da engenharia.
O ENIAC foi criado com um objetivo militar: calcular trajetórias de artilharia para o Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Mas sua verdadeira revolução foi conceitual: pela primeira vez, uma máquina podia ser reprogramada para fazer qualquer tipo de cálculo numérico, sem ser refeita do zero.
E aqui vai um fato raramente destacado: o ENIAC foi usado na primeira simulação de bomba de hidrogênio da história. Em 1950, cientistas do Laboratório Nacional de Los Alamos, liderados por Edward Teller, o usaram para realizar cálculos complexos de reação termonuclear — um marco que ajudou a definir a Guerra Fria.
Estrutura técnica e consumo de energia
40 painéis metálicos dispostos em formato de “U”, com 2,4 metros de altura cada.
Consumo de energia: 150 a 174 kW — o suficiente para abastecer um bairro inteiro na Filadélfia dos anos 1940.
O calor gerado era tão intenso que, segundo relatos da época, as válvulas queimavam a cada 7 minutos em média.
A sala precisava de ventilação industrial constante — e mesmo assim, os engenheiros batiam nos painéis para “acordar” as válvulas emperradas (sim, era uma técnica real!).
Custo e tempo de desenvolvimento
Início do projeto: 1943
Conclusão: 1945
Custo total: US$ 487.000 (equivalente a mais de US$ 7,5 milhões hoje, ajustado pela inflação)
Financiado pelo Ordnance Department do Exército dos EUA
Desenvolvido em segredo absoluto: durante anos, o ENIAC foi classificado como informação militar
Apesar do custo, o retorno foi imediato. Cálculos que levavam 40 horas com calculadoras manuais eram feitos em 30 segundos. Isso não era só eficiência — era superpoder.
Aplicações e impacto científico
Embora projetado para balística, o ENIAC rapidamente provou seu valor em outras áreas:
Meteorologia: ajudou nos primeiros modelos de previsão do tempo (1949)
Física nuclear: simulou reações termonucleares para a bomba H
Engenharia aeroespacial: calculou perfis aerodinâmicos de foguetes
Estatística: processou grandes conjuntos de dados para o Censo dos EUA
Criptografia: testado (embora com limitações) em quebra de códigos
Mais do que uma máquina, o ENIAC foi o primeiro laboratório digital — onde a ciência começou a se tornar computacional.
Características principais do ENIAC
Ano de criação: 1946 (operacional desde dezembro de 1945)
Desenvolvedores: John Presper Eckert e John Mauchly
Peso: ~30 toneladas
Componentes: 17.468 válvulas, 70.000 resistores, 6.000 interruptores, 10.000 capacitores
Consumo de energia: 150–174 kW
Área ocupada: 167 m² (15 m x 9 m)
Velocidade: 5.000 operações por segundo
Programação: manual, via cabos e chaves
Uso inicial: cálculos balísticos para o Exército dos EUA
Legado: precursor direto dos computadores programáveis modernos
História do computador ENIAC
O ENIAC nasceu da frustração. Durante a Segunda Guerra, os militares americanos dependiam de “computadoras humanas” — equipes de matemáticos (muitas delas mulheres) que calculavam trajetórias com régua de cálculo e tabelas impressas. Um único tiro de artilharia podia levar 20 horas para ser modelado.
John Mauchly, um físico visionário, propôs uma solução radical: automatizar os cálculos com eletrônica. Juntou-se a Eckert, um engenheiro brilhante, e convenceu o Exército a investir.
O resultado foi uma máquina que não usava relés mecânicos, mas válvulas de vácuo — mais rápidas, embora menos confiáveis. O risco era enorme. Muitos especialistas achavam que 17.468 válvulas nunca funcionariam juntas. Mas funcionaram.
E, contra todas as expectativas, o ENIAC nunca foi usado na Segunda Guerra — a guerra acabou antes de sua conclusão. Mas seu impacto foi ainda maior: ele definiu o modelo para a computação do século XX.
Fatos importantes da história do ENIAC
Desenvolvimento: 1943–1945
Patrocinador: Exército dos EUA (Ballistic Research Laboratory)
Criadores: Mauchly e Eckert
Peso: 27–30 toneladas
Válvulas: 17.468 (número oficial do Exército dos EUA)
Velocidade: 5.000 adições/s ou 357 multiplicações/s
Primeira demonstração pública: 15 de fevereiro de 1946, Filadélfia
Legado direto: inspirou o EDVAC (com memória programável) e o UNIVAC I (primeiro computador comercial)
Patente: anos depois, foi contestada — e finalmente anulada em 1973, reconhecendo a influência do Atanasoff-Berry Computer (ABC), criado em 1939
Sim: o ENIAC não foi o primeiro computador eletrônico da história — mas foi o primeiro de uso geral, totalmente eletrônico e funcional. E isso faz toda a diferença.
Em que ano o ENIAC se tornou operacional?
O ENIAC foi ativado pela primeira vez em 2 de dezembro de 1945 — antes mesmo do anúncio público. Seu primeiro teste real? Calcular a viabilidade da bomba de hidrogênio para o físico Edward Teller. O resultado: sim, era possível. A era nuclear ganhou um novo acelerador.
Pontos marcantes
Data de operação: 2 de dezembro de 1945
Local: Moore School of Electrical Engineering, Universidade da Pensilvânia
Objetivo inicial: cálculos balísticos
Usos posteriores: física, meteorologia, estatística, engenharia
Legado: provou que computadores eletrônicos eram viáveis — e necessários
Por Que o ENIAC Foi Desligado em 1955?
Em 2 de outubro de 1955, após quase 10 anos de operação, o ENIAC foi desligado pela última vez. O motivo? Obsolescência acelerada.
A tecnologia evoluiu tão rápido que, em menos de uma década, o ENIAC já era um dinossauro:
Novos computadores (como o IBM 701 e o UNIVAC) eram menores, mais rápidos e mais baratos;
Usavam memória de tambor magnético ou de núcleos magnéticos, permitindo armazenamento de programas;
Já contavam com linguagens de montagem e até primeiras linguagens de alto nível;
Não exigiam reprogramação física — bastava carregar um novo código.
Além disso, o ENIAC era caro e instável. Com 17 mil válvulas, ele sofria falhas diárias. Estima-se que uma válvula queimava a cada 2 dias, exigindo equipes de técnicos em plantão constante.
Seu desligamento não foi um fracasso — foi um testemunho de sucesso. Ele provou que computadores eletrônicos funcionavam. Agora, era hora de evoluir.
Motivos da desativação do ENIAC
Obsolescência tecnológica
Tamanho e consumo energético excessivos
Reprogramação manual e lenta
Manutenção cara e constante
Surgimento de máquinas com memória e linguagens de programação
O papel esquecido das seis mulheres pioneiras
Aqui está a parte mais injustiçada da história.
Enquanto Mauchly e Eckert recebiam os holofotes, seis mulheres — Kay McNulty, Betty Jennings, Betty Snyder, Marlyn Meltzer, Fran Bilas e Ruth Lichterman — eram as verdadeiras arquitetas da programação do ENIAC.
Contratadas originalmente como “computadoras humanas”, elas foram as primeiras a entender a lógica da máquina, a criar fluxos algorítmicos e a debugar falhas físicas com precisão cirúrgica. Elas inventaram a programação antes que o termo existisse.
Mas em fotos oficiais, conferências e patentes, seus nomes foram apagados. Só nas últimas duas décadas a história começou a corrigir essa injustiça. Hoje, elas são celebradas como as primeiras programadoras do mundo.
Mito vs. Realidade: ENIAC Foi Mesmo o “Primeiro Computador”?
A resposta depende da definição:
Primeira máquina de calcular automática? → Máquina Analítica de Charles Babbage (1837, nunca construída).
Primeiro computador funcional? → Z3 de Konrad Zuse (1941, Alemanha, eletromecânico).
Primeiro computador eletrônico? → Colossus (1943, Reino Unido, mas de propósito único).
Primeiro computador eletrônico de uso geral? → ENIAC (1946, EUA).
Portanto, o ENIAC merece o título de “primeiro computador moderno” — pois combinou eletrônica, reprogramabilidade e capacidade de resolver problemas gerais.
Curiosidades Raras Sobre o ENIAC
A primeira demonstração pública ocorreu em 15 de fevereiro de 1946, em Filadélfia, e foi um espetáculo midiático — jornais chamaram o ENIAC de “cérebro gigante”.
A máquina gerava tanto calor que o ambiente precisava de refrigeração industrial — e ainda assim, operadores reclamavam do calor.
O ENIAC calculou a viabilidade da bomba de hidrogênio em 1952, ajudando a moldar a política nuclear da Guerra Fria.
Partes do ENIAC ainda existem: estão expostas no Museu do Exército dos EUA e na Universidade da Pensilvânia.
O custo total foi de US$ 487.000 em 1946 — equivalente a mais de US$ 7 milhões hoje.
Nunca foi usado na Segunda Guerra, mas simulou 100 trajetórias de mísseis V-2 em apenas 2 horas — algo que levaria humanos três semanas.
FAQ
1. Por que o ENIAC é considerado o primeiro computador eletrônico de uso geral?
Porque podia executar qualquer tipo de cálculo numérico sem ser reconstruído fisicamente — ao contrário de máquinas especializadas como o Colossus (britânico) ou o ABC (americano).
2. Quem foram os criadores do ENIAC?
John W. Mauchly e J. Presper Eckert, da Universidade da Pensilvânia.
3. Quantas válvulas o ENIAC possuía?
17.468 válvulas eletrônicas — número oficial do Exército dos EUA.
4. Qual era a velocidade do ENIAC?
Cerca de 5.000 operações por segundo — 1.000x mais rápido que as calculadoras eletromecânicas da época.
5. Qual o legado do ENIAC na computação moderna?
Ele provou que computadores eletrônicos de propósito geral eram viáveis, pavimentando o caminho para a arquitetura de Von Neumann, sistemas operacionais e a revolução digital.
Conclusão
O ENIAC não foi o primeiro computador da história — mas foi o primeiro que funcionou de verdade como um computador moderno: eletrônico, reprogramável e de uso geral.
Mais do que uma máquina, foi um ato de fé na razão humana. Um gigante de válvulas que, com seu calor, seu ruído e sua fragilidade, acendeu a centelha da era digital.
Hoje, seu legado vive em cada smartphone, em cada algoritmo de IA, em cada linha de código. Porque tudo isso — toda a computação moderna — começou em uma sala do tamanho de um ginásio, com seis mulheres conectando cabos e sonhando com o futuro.
E esse futuro?
Está na sua mão agora.
ENIAC: Foi o Primeiro Computador do Mundo? A Verdadeira História por Trás do Gigante Eletrônico
Autor: Aldemir Pedro de Melo
Especialista em SEO e História da Tecnologia
Publicado em: 1º de julho de 2025 – 10h00
Quando a Computação Nasceu em uma Sala do Tamanho de um Ginásio
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) entrou no mundo como um titã de válvulas incandescentes: ocupava uma sala inteira, pesava mais que um elefante adulto, consumia energia suficiente para abastecer 50 casas e gerava tanto calor que suas válvulas derretiam a cada poucas horas. Em 1946, esse colosso metálico não era apenas engenharia — era o primeiro suspiro da era digital.
Mas foi mesmo o “primeiro computador do mundo”? E como algo sem teclado, sem tela e sem sistema operacional conseguiu mudar o rumo da ciência, da guerra e da sociedade?
Neste artigo, você vai descobrir:
A verdadeira origem do ENIACQuando a Computação Nasceu em uma Sala do Tamanho de um Ginásio
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) entrou no mundo como um titã de válvulas incandescentes: ocupava uma sala inteira, pesava mais que um elefante adulto, consumia energia suficiente para abastecer 50 casas e gerava tanto calor que suas válvulas derretiam a cada poucas horas. Em 1946, esse colosso metálico não era apenas engenharia — era o primeiro suspiro da era digital.
Mas foi mesmo o “primeiro computador do mundo”? E como algo sem teclado, sem tela e sem sistema operacional conseguiu mudar o rumo da ciência, da guerra e da sociedade?
Neste artigo, você vai descobrir:
A verdadeira origem do ENIACQuando a Computação Nasceu em uma Sala do Tamanho de um Ginásio
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) entrou no mundo como um titã de válvulas incandescentes: ocupava uma sala inteira, pesava mais que um elefante adulto, consumia energia suficiente para abastecer 50 casas e gerava tanto calor que suas válvulas derretiam a cada poucas horas. Em 1946, esse colosso metálico não era apenas engenharia — era o primeiro suspiro da era digital.
Mas foi mesmo o “primeiro computador do mundo”? E como algo sem teclado, sem tela e sem sistema operacional conseguiu mudar o rumo da ciência, da guerra e da sociedade?
Neste artigo, você vai descobrir:
A verdadeira origem do ENIAC e por que ele não foi tão “primeiro” assim (mas ainda assim revolucionário);
Como se programava uma máquina gigantesca sem software;
O papel essencial — e esquecido — de seis mulheres pioneiras;
Por que ele foi desligado em 1955 e o que isso revela sobre a velocidade da inovação;
E como esse “monstro de válvulas” se tornou o avô de todos os dispositivos que carregamos hoje.
Pronto para viajar até a sala onde o futuro foi ligado pela primeira vez?
e por que ele não foi tão “primeiro” assim (mas ainda assim revolucionário);
Como se programava uma máquina gigantesca sem software;
O papel essencial — e esquecido — de seis mulheres pioneiras;
Por que ele foi desligado em 1955 e o que isso revela sobre a velocidade da inovação;
E como esse “monstro de válvulas” se tornou o avô de todos os dispositivos que carregamos hoje.
Pronto para viajar até a sala onde o futuro foi ligado pela primeira vez?
e por que ele não foi tão “primeiro” assim (mas ainda assim revolucionário);
Como se programava uma máquina gigantesca sem software;
O papel essencial — e esquecido — de seis mulheres pioneiras;
Por que ele foi desligado em 1955 e o que isso revela sobre a velocidade da inovação;
E como esse “monstro de válvulas” se tornou o avô de todos os dispositivos que carregamos hoje.
Pronto para viajar até a sala onde o futuro foi ligado pela primeira vez?
O que é o ENIAC? Contexto Histórico e Nascimento de uma Era
O ENIAC surgiu em um dos momentos mais tensos do século XX: a Segunda Guerra Mundial. Enquanto soldados lutavam nas trincheiras, cientistas e engenheiros corriam contra o tempo para ganhar vantagem tecnológica. Um dos maiores desafios? Calcular trajetórias de artilharia com precisão.
Na época, esses cálculos eram feitos por equipes de “computadores humanos” — na maioria, mulheres matemáticas que usavam réguas de cálculo, tabelas impressas e muito tempo. Um único tiro exigia até 40 horas de trabalho manual. Em pleno conflito global, isso era inaceitável.
Foi nesse cenário que John W. Mauchly, físico com ideias visionárias, e J. Presper Eckert, engenheiro brilhante e meticuloso, propuseram algo radical na Universidade da Pensilvânia: substituir mecanismos lentos por eletrônica pura. Em vez de relés ou engrenagens, usariam válvulas eletrônicas (tubos de vácuo) — componentes rápidos, embora instáveis.
O projeto, batizado de ENIAC, começou em 1943 com financiamento secreto do Exército dos Estados Unidos, sob o codinome “Projeto PX”. O objetivo oficial era automatizar os cálculos das tabelas de tiro balístico, documentos essenciais para que artilheiros ajustassem ângulos e cargas de acordo com condições climáticas, distância e tipo de munição.
Após três anos de trabalho intenso, foi concluído em 1945 — já após o fim da guerra na Europa, mas a tempo de impactar o mundo.
Mas foi realmente o “primeiro”?
Apesar de frequentemente chamado de “primeiro computador”, é importante esclarecer: o ENIAC não foi o primeiro dispositivo automático de cálculo da história. A Alemanha já havia construído o Z3, de Konrad Zuse, em 1941 — uma máquina eletromecânica, programável por fita perfurada. Já o Reino Unido desenvolveu o Colossus em 1943, usado para decifrar códigos da máquina Enigma nazista.
Mas o ENIAC foi o primeiro computador eletrônico de uso geral — ou seja, totalmente eletrônico (sem partes mecânicas) e capaz de ser reprogramado para resolver qualquer problema matemático, não apenas um. Essa diferença é fundamental e explica por que ele é tão celebrado.
Características Técnicas: Um Colosso de Válvulas e Fios
O ENIAC era uma obra de engenharia monumental — e um pesadelo logístico.
Peso: entre 27 e 30 toneladas
Dimensões: 2,4 m de altura × 0,9 m de profundidade × 30 m de comprimento (em forma de "U")
Área ocupada: 167 m² — o equivalente a três salas de aula médias
Componentes eletrônicos:
17.468 válvulas eletrônicas
7.200 diodos
70.000 resistores
10.000 capacitores
1.500 relés
6.000 interruptores manuais
Consumo de energia: 150–174 kW/hora — o suficiente para iluminar um bairro inteiro
Velocidade: até 5.000 operações aritméticas por segundo (adições e subtrações)
Arquitetura modular e os acumuladores
Mas talvez o mais impressionante fosse sua arquitetura modular. O ENIAC era composto por 40 painéis independentes, cada um com função específica: alguns realizavam operações matemáticas, outros gerenciavam entrada e saída de dados, e alguns armazenavam valores intermediários em “acumuladores”.
Cada acumulador era capaz de armazenar um número de 10 dígitos decimais. Havia 20 acumuladores no total, permitindo cálculos com múltiplas variáveis. Além disso, módulos especializados lidavam com multiplicação, divisão e extração de raiz quadrada — operações que exigiam circuitos dedicados, já que não existia unidade de ponto flutuante.
Apesar disso, não havia memória no sentido moderno. Cada número era armazenado fisicamente em circuitos dedicados, e não existia armazenamento de instruções. Cada novo programa exigia reconfiguração total da máquina — um processo lento, complexo e propenso a erros.
Como se Programava o ENIAC? (Spoiler: Sem Teclado, Sem Código, Só Cabos!)
Esqueça tudo o que você sabe sobre programação. No ENIAC, não existia linguagem de programação, compilador ou interface. Programar era um ato físico, quase artesanal.
Para executar um novo cálculo — digamos, simular a trajetória de um projétil — os operadores precisavam:
Traçar o fluxo lógico do programa no papel, com diagramas de blocos;
Conectar cabos entre os painéis corretos (como em uma central telefônica antiga);
Ajustar centenas de interruptores para definir constantes e operações;
Testar manualmente cada etapa, muitas vezes com multímetros.
O processo podia levar de um dia a uma semana inteira. E se houvesse um erro lógico? Tudo precisava ser reconfigurado do zero.
O papel esquecido das mulheres pioneiras
Aqui entra uma das mais belas — e injustamente ignoradas — histórias da tecnologia:
Seis mulheres matemáticas foram recrutadas para operar o ENIAC: Kay McNulty, Betty Jennings, Betty Snyder, Marlyn Meltzer, Frances Bilas e Ruth Lichterman. Elas não apenas executavam os cálculos, mas desenvolviam os algoritmos, otimizavam o fluxo de dados e ensinavam os próprios engenheiros a entender o comportamento da máquina.
Kay McNulty, por exemplo, veio da Irlanda e se formou em matemática em 1942 — raro para mulheres na época. Betty Jennings (depois Jean Bartik) tornou-se defensora da história das mulheres na computação até sua morte em 2011. Betty Snyder (Holberton) ajudou a criar os primeiros padrões de interface homem-máquina e influenciou o desenvolvimento do COBOL, uma das primeiras linguagens de programação de alto nível.
Elas criaram conceitos que hoje são básicos: sub-rotinas, depuração (debugging) e paralelismo. No entanto, por décadas, foram tratadas como “operadoras” — não como as primeiras programadoras do mundo. Só nos anos 1980 seu legado começou a ser reconhecido. Hoje, são celebradas como heroínas da ciência da computação.
O ENIAC Tinha Sistema Operacional?
Não. O ENIAC não tinha sistema operacional — nem sequer o conceito existia na época.
Um sistema operacional moderno — como Windows, macOS ou Linux — gerencia recursos (memória, processador, disco), executa múltiplas tarefas e oferece uma interface ao usuário. Nada disso existia em 1946.
No ENIAC, tudo era controle direto de hardware. Cada programa era a máquina. Não havia:
Gerenciamento de memória
Escalonamento de tarefas
Interface gráfica ou de linha de comando
Armazenamento persistente de software
Foi só com o EDVAC (Electronic Discrete Variable Automatic Computer), projeto seguinte de Mauchly e Eckert (com contribuições essenciais de John von Neumann), que surgiu a ideia revolucionária de armazenar instruções na memória junto com os dados — a chamada arquitetura de von Neumann, que ainda hoje define como todos os computadores funcionam.
O ENIAC, portanto, representa a transição final entre máquinas mecânicas e a era digital moderna.
Aplicações Científicas e Legado do ENIAC
Embora criado para fins militares, o ENIAC rapidamente provou seu valor em ciência pura. Após a guerra, foi transferido para o Laboratório de Pesquisa Balística do Exército, onde foi usado para:
Simulações nucleares no contexto do Projeto Manhattan e da corrida armamentista;
Cálculos de hidrodinâmica para projetos de aeronaves e submarinos;
Modelagem climática — em 1950, o ENIAC realizou a primeira previsão do tempo por computador da história, usando dados da atmosfera norte-americana;
Análises estatísticas complexas em economia e engenharia.
Da bomba atômica à previsão do tempo
Esses projetos mostraram algo crucial: computadores não eram apenas ferramentas de guerra, mas instrumentos de descoberta científica.
O legado do ENIAC é imensurável. Ele:
Validou a computação eletrônica como viável e escalável;
Inspirou universidades e empresas a investir em pesquisa computacional;
Levou diretamente ao UNIVAC I (1951), o primeiro computador comercial dos EUA, usado até pelo Censo Americano;
Estabeleceu a carreira de cientista da computação como disciplina acadêmica.
Sem o ENIAC, talvez a corrida espacial dos anos 1960 tivesse sido impossível — afinal, os cálculos orbitais exigiam poder computacional que só máquinas eletrônicas podiam oferecer.
A Batalha das Patentes e o Legado Jurídico
Menos conhecida, mas igualmente importante, é a disputa judicial que envolveu o ENIAC. Em 1964, a Sperry Rand Corporation (que havia comprado a empresa de Mauchly e Eckert) processou a Honeywell, alegando violação de patente do ENIAC.
Mas em 1973, o juiz Earl R. Larson emitiu uma decisão histórica: anulou a patente do ENIAC, alegando que Mauchly havia se baseado em ideias de John Atanasoff, criador do ABC (Atanasoff-Berry Computer), uma máquina experimental de 1939–1942.
O julgamento reconheceu que o ABC foi o primeiro computador eletrônico digital, embora não fosse de uso geral. Esse caso redefiniu a história da computação e mostrou que a inovação é coletiva, raramente fruto de um único “gênio isolado”.
Por Que o ENIAC Foi Desligado em 1955?
Em 2 de outubro de 1955, após quase 10 anos de operação, o ENIAC foi desligado pela última vez. O motivo? Obsolescência acelerada.
A tecnologia evoluiu tão rápido que, em menos de uma década, o ENIAC já era um dinossauro:
Novos computadores (como o IBM 701 e o UNIVAC) eram menores, mais rápidos e mais baratos;
Usavam memória de tambor magnético ou de núcleos magnéticos, permitindo armazenamento de programas;
Já contavam com linguagens de montagem e até primeiras linguagens de alto nível;
Não exigiam reprogramação física — bastava carregar um novo código.
Além disso, o ENIAC era caro e instável. Com 17 mil válvulas, ele sofria falhas diárias. Estima-se que uma válvula queimava a cada 2 dias, exigindo equipes de técnicos em plantão constante.
Seu desligamento não foi um fracasso — foi um testemunho de sucesso. Ele provou que computadores eletrônicos funcionavam. Agora, era hora de evoluir.
Mito vs. Realidade: ENIAC Foi Mesmo o “Primeiro Computador”?
A resposta depende da definição:
Primeira máquina de calcular automática? → Máquina Analítica de Charles Babbage (1837, nunca construída).
Primeiro computador funcional? → Z3 de Konrad Zuse (1941, Alemanha, eletromecânico).
Primeiro computador eletrônico? → Colossus (1943, Reino Unido, mas de propósito único).
Primeiro computador eletrônico de uso geral? → ENIAC (1946, EUA).
Portanto, o ENIAC merece o título de “primeiro computador moderno” — pois combinou eletrônica, reprogramabilidade e capacidade de resolver problemas gerais.
Curiosidades Raras Sobre o ENIAC
A primeira demonstração pública ocorreu em 15 de fevereiro de 1946, em Filadélfia, e foi um espetáculo midiático — jornais chamaram o ENIAC de “cérebro gigante”.
A máquina gerava tanto calor que o ambiente precisava de refrigeração industrial — e ainda assim, operadores reclamavam do calor.
O ENIAC calculou a viabilidade da bomba de hidrogênio em 1952, ajudando a moldar a política nuclear da Guerra Fria.
Partes do ENIAC ainda existem: estão expostas no Museu do Exército dos EUA e na Universidade da Pensilvânia.
O custo total foi de US$ 487.000 em 1946 — equivalente a mais de US$ 7 milhões hoje.
Nunca foi usado na Segunda Guerra, mas simulou 100 trajetórias de mísseis V-2 em apenas 2 horas — algo que levaria humanos três semanas.
O Legado Cultural do ENIAC: Da Guerra Fria ao Smartphone
O ENIAC não apenas acelerou cálculos — mudou a forma como a humanidade pensa. Ele introduziu a ideia de que problemas complexos podem ser resolvidos por máquinas, desde que descritos com lógica clara.
Essa mentalidade alimentou:
A revolução da automação industrial
O nascimento da internet
A inteligência artificial moderna
E até a cultura do “coding” como habilidade essencial
Hoje, seu DNA está em cada chip, app e algoritmo. O smartphone em seu bolso é milhões de vezes mais rápido, ocupa menos de 0,001% do espaço e consome menos energia, mas funciona com os mesmos princípios lógicos que o ENIAC explorou pela primeira vez.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre o ENIAC
1. Quantas válvulas tinha o ENIAC?
Aproximadamente 17.500 válvulas eletrônicas — e elas queimavam com frequência, exigindo manutenção constante.
2. Quem foram os criadores do ENIAC?
Os engenheiros John W. Mauchly e J. Presper Eckert, da Universidade da Pensilvânia, com apoio do Exército dos EUA.
3. O ENIAC tinha memória?
Não no sentido moderno. Usava 20 acumuladores para armazenar números, mas não armazenava instruções — cada programa era configurado fisicamente.
4. Por que o ENIAC não tinha sistema operacional?
Porque o conceito de software separado do hardware ainda não existia. Tudo era integrado à máquina.
5. Onde está o ENIAC hoje?
Partes originais estão no U.S. Army Museum (Fort Belvoir, Virgínia) e na Moore School, na Universidade da Pensilvânia.
6. O ENIAC foi usado na Segunda Guerra Mundial?
Não diretamente. Ficou pronto em dezembro de 1945, após o fim da guerra, mas foi usado posteriormente em projetos militares da Guerra Fria.
Conclusão: Do ENIAC ao Smartphone — Uma Linha Direta de Inovação
O ENIAC pode parecer um dinossauro tecnológico hoje. Mas sem ele, não teríamos inteligência artificial, nuvem, redes sociais ou até mesmo este artigo sendo lido em seu dispositivo.
Ele nos ensina algo poderoso: a inovação não nasce perfeita. Nasce pesada, quente, instável — mas visionária.
E às vezes, tudo que precisamos é de um grupo de engenheiros ousados… e seis mulheres determinadas que ousaram programar o impossível.
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ENIAC foi o primeiro computador eletrônico de uso geral do mundo, criado
em 1946 nos Estados Unidos. Pesava quase 30 toneladas, possuía 18.000
válvulas e realizava cálculos complexos milhares de vezes mais rápido que
qualquer máquina da época. Imagina só: uma “máquina do tamanho de uma sala
inteira” capaz de resolver problemas matemáticos que demorariam dias ou
semanas para humanos ou máquinas mecânicas da época. Este gigante
eletrônico não apenas marcou um feito impressionante da engenharia, mas
também simbolizou o nascimento da computação moderna, abrindo portas
para os computadores que hoje cabem no nosso bolso.
Neste artigo, vamos explorar cada detalhe
do ENIAC Quando a Computação Nasceu em uma Sala do Tamanho de um Ginásio
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) entrou no mundo como um titã de válvulas incandescentes: ocupava uma sala inteira, pesava mais que um elefante adulto, consumia energia suficiente para abastecer 50 casas e gerava tanto calor que suas válvulas derretiam a cada poucas horas. Em 1946, esse colosso metálico não era apenas engenharia — era o primeiro suspiro da era digital.
Mas foi mesmo o “primeiro computador do mundo”? E como algo sem teclado, sem tela e sem sistema operacional conseguiu mudar o rumo da ciência, da guerra e da sociedade?
Neste artigo, você vai descobrir:
A verdadeira origem do ENIAC e por que ele não foi tão “primeiro” assim (mas ainda assim revolucionário);
Como se programava uma máquina gigantesca sem software;
O papel essencial — e esquecido — de seis mulheres pioneiras;
Por que ele foi desligado em 1955 e o que isso revela sobre a velocidade da inovação;
E como esse “monstro de válvulas” se tornou o avô de todos os dispositivos que carregamos hoje.
Pronto para viajar até a sala onde o futuro foi ligado pela primeira vez?
: desde seu contexto histórico, passando por suas características
técnicas, funcionamento e impacto na ciência, até curiosidades que mostram
como ele mudou a forma como pensamos em tecnologia.
ENIAC: O que é e como funciona o sistema operacional
O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) foi o primeiro computador eletrônico de uso geral do mundo. Desenvolvido por John W. Mauchly e J. Presper Eckert na Universidade da Pensilvânia, em 1946, ele pesava 30 toneladas, ocupava 180 m² e continha cerca de 18.000 válvulas eletrônicas. Capaz de realizar 5 mil cálculos por segundo, o ENIAC marcou o início da era da computação moderna e se tornou um símbolo da revolução tecnológica do século XX.
Tecnologia: Usava cerca de 17.500 válvulas eletrônicas, 7.200 diodos e 70.000 resistores.
Memória: Armazenava dados e instruções em painéis de relés e acumuladores, bem diferente da memória RAM atual.
Programação: Era programado manualmente, ligando cabos e ajustando switches. Não existia software como conhecemos hoje.
Velocidade: Podia realizar 5.000 operações por segundo, um feito extraordinário para a época.
Tamanho: Ocupava cerca de 167 m² e consumia enorme quantidade de energia.
Sistema Operacional
O ENIAC não tinha sistema operacional. Tudo era feito manualmente:
Os operadores precisavam configurar fisicamente os circuitos para cada cálculo.
Não havia interface de usuário ou gerenciamento de tarefas; cada programa exigia reconfiguração completa do equipamento.
A lógica de execução era controlada por painéis de switches e cabos, o que demandava dias de preparação para programas complexos.
Em resumo, o ENIAC era um computador gigantesco, poderoso e totalmente manual, muito diferente do PC moderno com sistemas operacionais como Windows, Linux ou macOS, que automatizam gerenciamento de memória, processamento e interface com o usuário.
O ENIAC foi o primeiro computador eletrônico de uso geral, criado em 1946. Com 30 toneladas e 18.000 válvulas, revolucionou os cálculos científicos e militares, marcando o início da computação moderna. Conheça suas características e legado histórico.
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ENIAC: O Primeiro Computador Eletrônico da História e Suas Características
Imagine um computador que ocupava uma sala inteira e consumia energia suficiente para abastecer dezenas de casas. Esse foi o ENIAC — sigla para Electronic Numerical Integrator and Computer —, criado em 1946, nos Estados Unidos, para realizar cálculos balísticos para o Exército norte-americano.
Pesando cerca de 30 toneladas e equipado com 18.000 válvulas eletrônicas, o ENIAC era capaz de executar 5.000 operações por segundo — um feito extraordinário para a época. Ele substituiu processos manuais que antes levavam dias, permitindo que cálculos complexos fossem concluídos em minutos.
Sua estrutura ocupava cerca de 140 m² e incluía resistores, capacitores e milhares de chaves manuais. Apesar de não possuir memória programável, podia ser reconfigurado fisicamente por meio de cabos e interruptores, exigindo enorme precisão e conhecimento técnico dos operadores.
Um marco importante em sua história foi o papel pioneiro de seis mulheres programadoras — Kay McNulty, Betty Jennings, Betty Snyder, Marlyn Meltzer, Frances Bilas e Ruth Lichterman. Elas criaram os primeiros algoritmos e operaram o ENIAC manualmente, tornando-se referências iniciais da participação feminina na tecnologia.
Estrutura técnica e consumo de energia
O ENIAC era composto por 40 painéis metálicos distribuídos em formato de “U”.
Cada módulo desempenhava uma função específica: alguns realizavam operações aritméticas, enquanto outros controlavam a entrada e saída de dados.
Seu consumo elétrico era gigantesco — cerca de 150 quilowatts, o equivalente à energia usada por um pequeno bairro.
O calor gerado era tão intenso que o ambiente precisava de ventilação constante, e as válvulas queimavam com frequência, exigindo manutenção quase diária.
Custo e tempo de desenvolvimento
O projeto teve início em 1943 e levou três anos para ser concluído.
Custou aproximadamente US$ 500 mil, valor que, ajustado pela inflação, equivaleria hoje a mais de US$ 6 milhões.
Apesar do investimento alto, o ENIAC provou que a eletrônica era o futuro da computação, abrindo caminho para o desenvolvimento de novas máquinas, pesquisas acadêmicas e sistemas programáveis em universidades e centros de defesa ao redor do mundo.
O ENIAC foi o primeiro computador eletrônico de uso geral da história, criado em 1946 para cálculos militares e científicos. Com 30 toneladas e 18 mil válvulas eletrônicas, revolucionou a forma de processar dados e inaugurou a era da computação moderna, tornando-se um marco tecnológico do século XX.
Aplicações e impacto científico
Embora tenha sido projetado para cálculos militares, o ENIAC logo se mostrou útil em diversas áreas da ciência.
Foi usado em pesquisas de energia nuclear, meteorologia, criptografia e nos primeiros estudos sobre
previsão do tempo.
Sua capacidade de processar grandes volumes de dados revolucionou o método científico, permitindo análises que antes eram impossíveis.
Características principais do ENIAC
Ano de criação: 1946, nos Estados Unidos.
Desenvolvedores: John Presper Eckert e John Mauchly.
Peso: cerca de 30 toneladas.
Componentes: 18.000 válvulas eletrônicas, 70.000 resistores, 6.000 interruptores e 10.000 capacitores.
Consumo de energia: aproximadamente 174 quilowatts, exigindo um sistema próprio de refrigeração.
Área ocupada: uma sala inteira, com dimensões aproximadas de 15 por 9 metros.
Velocidade: capaz de realizar cerca de 5.000 operações por segundo.
Programação: manual, realizada por cabos e interruptores, sem memória programável.
Uso inicial: destinado a cálculos balísticos e operações matemáticas complexas para o Exército dos Estados Unidos.
Legado: considerado o precursor da computação moderna, servindo de base e inspiração para o desenvolvimento de computadores posteriores.
História do computador ENIAC
Criado em plena Segunda Guerra Mundial, o computador ENIAC nasceu da necessidade urgente de acelerar cálculos balísticos do Exército dos Estados Unidos. O projeto foi conduzido pelos engenheiros John W. Mauchly e J. Presper Eckert, na Universidade da Pensilvânia, e marcou o início de uma nova era tecnológica.
Concluído em 1945, o ENIAC substituiu os sistemas mecânicos lentos por circuitos eletrônicos de válvulas, capazes de realizar 5 mil operações por segundo — um feito inédito à época. Mais do que uma máquina de cálculos, ele introduziu o conceito de programação reconfigurável, permitindo executar
diferentes tarefas sem alterar o hardware. Essa inovação abriu caminho para os primeiros computadores programáveis, como o EDVAC e o UNIVAC, que definiram os alicerces da computação moderna.
Fatos importantes da história do ENIAC
Desenvolvimento iniciado em 1943 e concluído em 1945, no auge da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de acelerar cálculos complexos de balística.
Projeto financiado e supervisionado pelo Exército dos Estados Unidos, que buscava precisão nas trajetórias de mísseis e artilharia.
Criadores: John W. Mauchly e J. Presper Eckert, dois engenheiros visionários da Universidade da Pensilvânia, considerados pioneiros da computação eletrônica.
Estrutura monumental: ocupava cerca de 167 m² e pesava mais de 27 toneladas, consumindo 150 kW de energia elétrica.
Composto por 17.468 válvulas (tubos de vácuo), 7.200 diodos e 1.500 relés — componentes que substituíram o cálculo manual e mecânico por processamento eletrônico.
Capacidade de processamento: realizava cerca de 5.000 operações aritméticas por segundo, algo revolucionário para a época.
Inspiração inicial: projetado para resolver equações diferenciais e cálculos de trajetória de artilharia, mas depois aplicado em áreas como meteorologia, energia nuclear e criptografia.
Primeira demonstração pública: realizada em 15 de fevereiro de 1946, em Filadélfia — considerada o nascimento oficial da era digital.
Legado histórico: influenciou diretamente o desenvolvimento do EDVAC e do UNIVAC, os primeiros computadores comerciais baseados em programas armazenados.
Reconhecimento mundial: o ENIAC é hoje um símbolo da revolução tecnológica e do surgimento da computação moderna.
Em que ano o ENIAC se tornou operacional?
O ENIAC se tornou operacional em 2 de dezembro de 1945, marcando oficialmente o início da era dos computadores eletrônicos. A partir desse momento, cálculos que antes exigiam dias passaram a ser realizados em segundos.
O projeto, desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, foi resultado de anos de trabalho intenso de engenheiros e matemáticos que buscavam soluções para cálculos balísticos durante a Segunda Guerra Mundial. Ao entrar em operação, o ENIAC superou todas as expectativas e provou o potencial das máquinas eletrônicas.
Mais do que um avanço técnico, sua inauguração simbolizou o nascimento de uma nova era tecnológica. Com o tempo, suas funções foram adaptadas para estudos científicos, como previsões meteorológicas e cálculos físicos complexos, mostrando que a máquina podia ir muito além de propósitos militares.
Pontos marcantes
Data de operação: 2 de dezembro de 1945
Local: Universidade da Pensilvânia, EUA
Objetivo inicial: cálculos balísticos
Usos posteriores: meteorologia, estatística e física
Legado: base para os computadores programáveis
Por que o ENIAC foi desativado?
O ENIAC foi desativado em 2 de outubro de 1955 porque se tornou obsoleto diante dos avanços tecnológicos da época. Novos computadores mais rápidos, compactos e com memória programável tornaram seu uso inviável e caro para manutenção.
Durante quase uma década de operação, o ENIAC cumpriu um papel histórico no avanço da computação. Entretanto, seu tamanho gigantesco, o alto consumo de energia e a dificuldade em reprogramar manualmente cada operação limitaram sua eficiência. Cada nova tarefa exigia horas de ajustes físicos, com cabos e interruptores, o que tornava o processo lento e desgastante.
Com o surgimento de máquinas como o EDVAC e o UNIVAC, que já incorporavam memória interna e instruções armazenadas, o ENIAC passou a representar uma tecnologia de transição. Ele havia provado que computadores eletrônicos eram viáveis, mas agora era hora de evoluir.
Motivos da desativação do ENIAC
Obsolescência tecnológica: o avanço rápido da eletrônica trouxe modelos menores, mais rápidos e com memória própria.
Tamanho e consumo: o ENIAC ocupava uma sala inteira e demandava enorme quantidade de energia elétrica.
Reprogramação manual: cada nova tarefa exigia horas de reconfiguração física.
Manutenção cara: as válvulas queimavam com frequência, elevando o custo operacional.
Evolução natural: foi substituído por máquinas que já utilizavam linguagens de programação e armazenavam instruções.
O ENIAC foi desligado em 1955, marcando o fim de uma era dominada por válvulas e fios. Seu legado permanece vivo em cada circuito, algoritmo e tela que molda a computação moderna.
FAQ
1. Por que o ENIAC é considerado o primeiro computador eletrônico de uso geral?
Porque podia executar diferentes tipos de cálculos matemáticos sem precisar ser
reconstruído, ao contrário das máquinas mecânicas da época.
2. Quem foram os criadores do ENIAC?
John W. Mauchly e J. Presper Eckert, engenheiros da Universidade da Pensilvânia.
3. Quantas válvulas o ENIAC possuía?
Cerca de 18.000 válvulas eletrônicas.
4. Qual era a velocidade do ENIAC?
Aproximadamente 5.000 operações por segundo.
5. Qual o legado do ENIAC na computação moderna?
Foi a base para o desenvolvimento de computadores programáveis e a computação eletrônica que conhecemos hoje.
Conclusão
O ENIAC foi mais que uma máquina gigante: foi o ponto de partida de toda a
era da computação. Ele mostrou que cálculos complexos podiam ser realizados
eletronicamente e com rapidez impressionante, abrindo caminho para a
revolução digital que transformou o mundo. Apesar de seu tamanho colossal
e limitações técnicas, o ENIAC permanece como um ícone histórico que conecta a
engenharia da década de 1940 à tecnologia de ponta que usamos hoje.
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Bibliografia (ABNT)
CERuzzi, Paul E. A History of Modern Computing. MIT Press, 2003.
Mauchly, John W.; Eckert, J. Presper. The ENIAC: First General-Purpose Electronic Computer. University of Pennsylvania, 1946.
BRENNER, Michael. ENIAC: The Triumphs and Tragedies of the World's First Computer. McGraw-Hill, 1996.
MAUCHLY, John W.; ECKERT, J. Presper. The ENIAC: First General-Purpose Electronic Computer. University of Pennsylvania, 1946. Disponível em: https://www.scribd.com/document/426239435/Eniac. Acesso em: 21 ago. 2025.
Autor: Aldemir Pedro de Melo
Publicação: 1º de julho de 2025 – 10h00
Blog oficial: bravixcom.digital








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